Vale lembrar que o Rock in Rio, que raramente tem problemas para vender ingressos, fez a opção de diminuir sua carga diária de 100 mil para 85 mil ingressos, em 2017, pensando exatamente no conforto dos clientes.
Segurança
Depois de arrastões na saída em 2018, a segurança do entorno foi reforçada. A melhoria ficava ainda mais evidente ao contar as viaturas posicionadas na Avenida Interlagos, epicentro dos episódios do ano passado.
Nas redes sociais, relatos de furtos de pertences (celulares, principalmente), que costumam ser comuns em eventos deste porte, também diminuíram.
Administração de crise
Diante do mau tempo do sábado, que causou fechamento dos portões após o início do evento, evacuação de áreas de maior risco e interrupção do serviço de transfer, o Lollapalooza se viu diante de seu grande desafio operacional.
Na medida do possível, a organização acabou se saindo bem, mantendo a comunicação pelas redes sociais. Quando a boataria sobre um suposto cancelamento das atividades do dia ganhou força, Fernando Altério, presidente da produtora T4F, que organiza o Lollapalooza Brasil, foi ao Multishow prestar esclarecimentos e deu uma previsão de reabertura dos portões que acabou se concretizando — o executivo raramente aparece para entrevistas.
No fim das contas, alguns poucos shows foram cancelados ou reduzidos, como os de snow Patrol, Silva e Rashid, a programação voltou em seu horário normal e o sábado teve o maior público desta edição, com 92 mil pessoas.
Saída
Problema histórico do festival desde que passou a chamar Interlagos de casa, o escoamento do público ainda não foi resolvido. No sábado, o dia mais cheio, foi especialmente caótico para aqueles que tentavam buscar transporte privado.
Na sexta-feira, uma multidão de pessoas ficou para o lado de fora da estação Interlagos da CPTM, que fechou seus portões pontualmente às 24h, mesmo com uma fila no acesso. Para piorar, houve relatos de queda de luz nos trilhos e fechamento de estações que fazem baldeação entre linhas.
Más escolhas
A banda americana Kings of Leon foi um dos piores headliners dos oito anos de festival, com um show de volume baixo, pouca pressão, sem novidades para apresentar ao público e uma má vontade evidente. Faria mais sentido bancar o Twenty One Pilots, headliner nas edições na Argentina e no Chile, que foi um grande sucesso no palco secundário domingo, com uma performance eletrizante.
Além disso, outras atrações foram prejudicadas pelo horário, como o Interpol, com seu show introspectivo e figurinos escuros logo no momento em que o sol dava as caras. Com história no festival e no país, a banda nova-iorquina merecia um horário mais nobre que o estreante Greta Van Fleet, por exemplo. O mesmo vale para os britânicos do Foals, atração de sexta-feira.
O tempo
A iminência de chuva era anunciada pela previsão do tempo há semanas, mas ainda assim causou transtornos e deve ter prejudicado aquela fatia do público que decide comprar ingresso em cima da hora.
Na sexta-feira, não choveu, e a paralisação no sábado foi muito para prevenção, já que o céu anunciava uma tempestade que castigou com força outros pontos da cidade, mas passou rapidamente por Interlagos. Depois, apenas algumas chuvas esparsas, tanto no sábado quanto no domingo.