sábado, setembro 21 2024

Quase dois anos depois, Céu desembarcou novamente com seu show “Tropix” no palco do Circo Voador no último sábado (08). Uma das mais cultuadas cantoras do Brasil na atualidade, a paulistana apresentou as canções de seu quarto álbum de estúdio, lançado em 2016, e, como não poderia deixar de ser, relembrou sucessos clássicos de seu repertório.

A noite começou com os efeitos eletrônicos da dançante “Rapsódia Brasilis” e, logo depois, Céu trouxe a indefectível atmosfera de “Perfume do Invisível”, seguida das certeiras “Arrastar-te-ei”, “Minhas Bics” e “A Nave Vai”, músicas que levantaram definitivamente o público.

Ainda se mantendo no clima de seu último disco, a cantora seguiu o show com a agradável “Etílica / Interlúdio”, balada que mantém a sonoridade eletrônica característica de “Tropix” e chega mesmo a lembrar passagens de Pink Floyd. Todavia, esse momento mais calmo da apresentação serviu apenas de introdução para Céu brindar a plateia com dois covers, a inesperada “Enjoy The Silence” do Depeche Mode, que combinou muito bem com sua voz, e a obrigatória “Chico Buarque Song”, releitura da banda paulista de pós-punk Fellini.

A parte final da performance contou ainda com a moderna “Amor Pixelado”, uma das mais queridas do público, e com a lenta “Camadas”, ambas também de “Tropix”, mas o destaque mesmo ficou com a já conhecida versão funkeada de “Cangote” e o baixo incisivo de “Grains de Beauté”, um dos pontos mais altos do show, além de, á claro, o hit “Malemolência”, a única trazida de seu disco de estreia.

Nesse momento da noite, Céu agradeceu efusivamente o público carioca, ao se dizer sempre muito bem recebida e acolhida no Rio de Janeiro, especialmente no Circo Voador, e finalizou com a fantástica “Varanda Suspensa”, dedicando a música “a todos os latino-americanos”.

Como ninguém ousou arredar pé da lona, a banda voltou ao palco e iniciou o bis com “Sangria”, um quase bolero de toque contemporâneo também da safra de seu lançamento mais recente, e ainda uma versão reggae de “Etílica / Interlúdio”. Finalmente, o ótimo espetáculo se encerrou com o groove de “Sonâmbulo”, que fez o público ir para casa lembrando que “é bom desconfiar dos bons elementos”.

“Tropix” é o resultado do amadurecimento musical de uma artista única e o desenvolvimento pleno de uma linguagem cada vez mais própria, que foi sendo burilada ao longo de anos de estrada e consolida Céu como uma das mais inovadoras cantoras e compositoras da cena brasileira no momento.

CÉU no Circo Voador
08 de dezembro de 2018

por Bruno Vigne

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